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História
Existem, no concelho de Soure, vestígios arqueológicos que remontam ao período Neolítico (forno da cal – Vinha da Rainha), passando pela Idade do Ferro (Crasto – Encosta do Sol - Soure), pelo período de domínio Romano (Soure, Dordias - Pombalinho), pela Idade Média (castelo, capelas, igrejas e pelourinhos), pelos séculos XVIII, XIX e XX com os seus belos edifícios, até aos nossos dias.
Data de 4 de Setembro de 1043, o documento escrito mais antigo da história de Soure. Trata-se da carta de doação, feita pelo presbítero João e seus confrades (Sisnando, Ordonho e Soleima) de um cenóbio cristão que possuíam em Soure, ao mosteiro da Vacariça. Com a reconquista definitiva de Coimbra aos mouros, em 1064, o território de Soure ganha uma importância acrescida pelo seu posicionamento estratégico na defesa dessa cidade.
O castelo construído junto à confluência dos rios Anços e Arunca, numa zona plana, que lhe serviam de defesa natural, integrava a linha de defesa avançada de Coimbra, juntamente com os de Santa Olaia, Montemor-o-Velho, Miranda do Corvo, Lousã, Penela e Germanelo.
Soure torna-se, a partir de meados do séc. XI cenário de lutas entre cristãos e muçulmanos, daí a designação de terra de fronteira – “Finisterra” (fim da terra). Em Junho de 1111, a vila de Soure recebe Foral atribuído pelo Conde D. Henrique e D. Teresa, no sentido de fixar populações e povoadores a este território, tornando-se assim um dos municípios mais antigos de Portugal, cuja fundação é anterior à nacionalidade.
A 19 de Março de 1128, D. Teresa doa o castelo de Soure e todas as terras entre Coimbra e Leiria, despovoadas ou sob domínio muçulmano aos Templários. O castelo de Soure tornava-se, assim, a 1ª sede dos Cavaleiros Templários, em território que viria a ser Portugal. Em março do ano seguinte, essa doação é confirmada D. Afonso Henriques.
A partir de Soure, a Ordem do Templo e Afonso Henriques, organizam várias expedições militares, conquistando território para sul, aos mouros, que ia de Soure a Almourol, passando por Pombal, Ceras, Tomar e Zêzere, território militarmente vital para a defesa de Coimbra.
Com a conquista cristã de Santarém e Lisboa em 1147, a fronteira do Condado Portucalense passou do vale do Mondego para o vale do Tejo, melhorando as condições de segurança em Soure, mas também a perder progressivamente a sua importância estratégico-militar. Durante a Reconquista, a água dos rios Anços e Arunca, serviam de fosso natural na defesa do castelo. Em tempos de paz, a água passou a ser aproveitada para melhorar a capacidade de produção nos campos. Também a levada, cuja construção é atribuída aos Templários, irrigava e dava força motriz ao extenso conjunto de moinhos existentes em Soure, nos Novos e Paleão.
Com a extinção da Ordem dos Templo em 1312, segue-se a Ordem de Cristo, criada em Portugal pelo rei D. Dinis. As antigas comendas pertencentes à Ordem do Templo passam, agora, para a Ordem de Cristo, fazendo da vila de Soure a cabeça de uma importante comenda mestral dessa Ordem. A 13 de Fevereiro de 1513, D. Manuel I concede a Soure e à sua população, novo Foral. Este rei ficará para sempre ligado à história de Soure, pois a primeira obra arquitetónica que terá mandado edificar, ainda então Duque de Beja e governador da Ordem de Cristo, terá sido a igreja de São Tiago na vila de Soure, no ano de 1490. Este templo poderá ser considerado o início daquilo a que se viria a chamar estilo manuelino em Portugal. D. Manuel e a ordem que governava patrocinaram inúmeras obras no concelho, nomeadamente, no castelo, igreja de Nossa Senhora de Finisterra e capela de São Mateus. Continuando a explorar a enorme potencialidade enérgica da água e abrindo uma nova dimensão à economia do concelho, surge, em 1891, a primeira fiação do Baixo Mondego, a Fábrica de Fiação e Tecelagem de Paleão.